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Progresso da vacinação: como estão as maternidades?

Com a vacinação e a diminuição dos casos de Covid-19, alguns protocolos mudaram, enquanto algumas medidas, como o uso de máscara, continuam essenciais

Maria Cunha* Publicado em 16/08/2021, às 14h32

Entre medidas de flexibilização estão o aumento do horário de visita e a possibilidade de assistir ao parto no Espaço Família
Entre medidas de flexibilização estão o aumento do horário de visita e a possibilidade de assistir ao parto no Espaço Família

Com a pandemia da Covid-19, diversos protocolos e medidas foram adotados nas maternidades e hospitais para evitar a transmissão do vírus, como alterações nos  atendimentos, que passaram a impedir o contato direto e exigir distanciamento, máscara, gorro e álcool em gel.

A Dra. Rosana Richtmann, coordenadora de infectologia do Grupo Santa Joana, relata como estão as maternidades particulares com a diminuição dos casos de Covid-19 e o progresso da vacinação. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa sobre a situação nos hospitais públicos.

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As maternidades privadas 

Segundo a infectologista Dra. Rosana Richtmann, no Grupo Santa Joana, todas as normas estabelecidas pelo Governo de São Paulo foram a base para as medidas adotadas nas maternidades.

“Então, conforme as restrições eram impostas pelo Governo de São Paulo, a gente criou restrições dentro da maternidade, em termos de circulação de pessoas, visitas e acompanhantes”, explica a infectologista.

A Dra. Rosana Richtmann diz que é muito complicado estabelecer regras e saber quando flexibilizar, ou não, se baseando em parâmetros pessoais. Por isso, as maternidades optaram por usar os parâmetros dos órgãos oficiais para saber exatamente se deveriam flexibilizar mais ou menos.

Desde o início da pandemia até agora, com base no relato da infectologista, ocorreu uma grande flexibilização do ponto de vista do horário de visitas.

“A gente tinha um horário muito mais restrito, hoje está das 18 até as 20 horas. O número de pessoas que podem visitar também era mais restrito, hoje já podem quatro pessoas. A quantidade de pessoas que podem assistir ao parto no Espaço Família, local onde, através de um visor, a família consegue ver o recém-nascido e confraternizar, também são quatro”. (Dra. Rosana Richtmann)

A médica lembra que, no Espaço Família, em uma época, não era permitida a entrada de ninguém, que agora já foi liberada novamente. A Dra. Rosana Richtmann completa ao afirmar que o acompanhante da paciente pode ficar o tempo todo com ela.

“Mas, apesar de ter flexibilizado o número de pessoas circulando, em hora nenhuma a gente flexibilizou, até esse momento, as medidas não farmacológicas, ou seja, o uso de máscara continua sendo obrigatório, o distanciamento social em todos os locais do hospital continua de pé, ou seja, o número de pessoas que frequentam elevador, o número de pessoas nas eventuais filas para qualquer coisa e número de pessoas que podem frequentar o refeitório ao mesmo tempo”.

A infectologista ainda explica que o motivo de todas as regras das medidas não farmacológicas, mesmo com o avanço da vacinação, serem mantidas se dá pela preocupação com a variante nova, a Delta, que tem o poder de infecção muito grande.

“Mas, tudo isso unido com a população de profissionais da saúde vacinados, incentivando a vacinação dos nossos próprios pacientes, então, todo bebê que entra na UTI neonatal, a própria equipe da neonatologia conversa com os pais e sempre questiona se eles já foram vacinados. A gente incentiva a vacinação o tempo todo dentro da maternidade”.

Além disso, para os médicos e profissionais da saúde é rotina o uso de máscaras, por exemplo, então não é algo visto como incômodo ou que impacte muito o cotidiano deste grupo.

“O que não é rotina é uso da máscara pelos usuários do hospital e isso, neste momento, com a ameaça da Delta e de cepas mais infectantes e até mais agressivas, não passa pela nossa cabeça o abandono da máscara”, conta a infectologista.

A Dra. Rosana Richtmann ainda completa que embora, no início, o Grupo Santa Joana tenha adotado medidas mais restritivas e até antipáticas, já que o nascimento de uma criança é algo muito feliz, todos queriam comemorar nas maternidades e foram impedidos, isso contribuiu para que não houvesse um grande número de casos nas maternidades.

A médica conclui ao reforçar a importância da vacinação de gestantes, que protegem a si mesmas e aos bebês, principalmente os recém-nascidos até os dois meses.

“É fundamental a adesão à vacinação, não há nenhum problema de vacinar gestantes em questões de segurança. No Brasil, as vacinas que estão liberadas para gestantes são, basicamente, a vacina da Pfizer e a Coronavac”.

As maternidades públicas 

De acordo com informações da Secretaria da Saúde, as maternidades públicas adotaram medidas preventivas de contingenciamento desde o início da pandemia para continuar atendendo gestantes e puérperas, como a redução de fluxos dentro das unidades para proteger colaboradores, pacientes e familiares.

Todas as maternidades públicas seguem integralmente as medidas de segurança recomendadas para a prevenção da Covid-19, mantendo regular os atendimentos de obstetrícia - pré-natal, assistência clínica, assistência ao parto e neonatal.

O órgão público ainda reforça às pacientes a importância da vacinação contra a Covid-19.

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