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Segurança na retomada das aulas presenciais é responsabilidade de todos, diz Mariana Luz

A CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal fala sobre o movimento #TánaHoradaEscola e como a população deve encarar o tema

Ana Beatriz Gonçalves* Publicado em 03/08/2021, às 09h40

Escolas reabrem nesta semana (2)
Escolas reabrem nesta semana (2)

Quem não tem filhos ou não convive com crianças próximas provavelmente não deve estar se perguntando sobre a retomada das aulas presenciais. No entanto, essa questão está afligindo pais e responsáveis; alguns inseguros com a volta às aulas e outros desejando que elas aconteçam integralmente.

Pensando nisso, e nas consequências que a educação brasileira vem sofrendo com  a pandemia da Covid-19, que instituições e organizações privadas se mobilizaram para lançar a campanha #TáNaHoradaEscola, entre elas Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. "Não podemos mais adiar a conversa sobre a reabertura das escolas" é o slogan que o movimento traz para debater a questão na sociedade em geral, e não somente com as famílias e profissionais da área da educação.

Em entrevista ao Papo de Mãe, Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecília, reforça que "todos nós temos o papel de promover uma retomada no ensino segura" e isso não é apenas responsabilidade dos gestores públicos ou dos pais. "É responsabilidade de todo mundo", diz ela.

Além de toda a questão do desenvolvimento infantil que a escola promove, Mariana Luz explica o porquê do assunto ser importante para todos, embora o mesmo não esteja acontecendo. "A escola pública é o nosso principal instrumento, ferramenta e mecanismo para quebrar a desigualdade social". Segundo ela, a pandemia piorou tal cenário e agravou ainda mais a pobreza no país.

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"A educação é o caminho que a gente enxerga como o mais eficiente para quebrar o ciclo de desigualdade. A primeira infância, principalmente, quebra ciclos de pobreza... estamos falando de um momento em que vemos crianças e jovens de vulnerabilidade sem escola e com menos oportunidades. A relação é direta", garante.

Nesta semana está acontecendo o retorno das aulas presenciais em todo o país, variando de região para região. Na capital paulista (SP), por exemplo, as escolas públicas e particulares da cidade podem retomar aulas com 100% da capacidade, desde que respeitem o distanciamento de 1 metro entre alunos em sala de aula. Já a rede municipal também está recebendo 100% dos alunos, mas por meio de rodízio. As creches terão até 60% da capacidade.

Na visão de Mariana Luz, a retomada é urgente. "Se não for possível abrir tudo de uma vez, que seja planejado. Mas as escolas com condições de fazer isso, precisam começar já", afirma ela.

Tá na hora da escola, mas com segurança

Ainda que existam controvérsias em relação a retomada das aulas presenciais por conta da pandemia – há quem diga que não é seguro –, que ainda assola o Brasil, Mariana Luz conta que a defesa para a reabertura das escolas, foi, desde o início, pensando na forma mais segura para garantir a proteção à vida dos alunos, professores, e da população em geral. 

A retomada das aulas não significa abrir mão de medidas de proteção. As escolas já se consolidaram como um ambiente que não é, necessariamente, um ponto de transmissão do vírus. É claro que um caso ou outro pode aparecer, assim como em qualquer lugar, mas isso não justifica as portas fechadas, sobretudo das escolas públicas", comenta. 

Diante da perspectiva da vacinação, Mariana Luz lembra que o Brasil foi o país em que as escolas ficaram mais tempo fechadas, e é isso é preocupante – uma das motivações presentes na campanha. "A gente quis promover um ambiente de união, e o Tá na Hora da Escola é sobre isso. Quem nunca ouviu essa frase?", questiona.

O ensino remoto, que foi a única saída encontrada pelas redes de ensino, públicas e privadas, não garante todo o desenvolvimento que os pequenos necessitam, sobretudo os da creche, diz a CEO da Fundação voltada para a primeira infância.

"O EAD não é recomendado para os menores. Na pré-escola já é possível ter alguma interação, mas ainda assim é difícil. A conexão e o vínculo que se estabelecem é limitado".

O medo de voltar

Como citado, muitos pais e responsáveis não se sentem confortáveis em mandar os pequenos para as escolas. Também existem os casos em que crianças e adolescentes, por fazerem parte de um grupo de risco, também não podem frequentar a escola presencialmente.

Mariana Luz afirma que nessas situações o medo é legítimo, e espera que na medida em que tudo volte ao "novo normal", as evidências comprovem que a escola é um lugar seguro, e não um ponto de transmissão.

"A escola não é esse ambiente de contaminação. Entendendo isso, surge uma abertura maior das pessoas para que a volta às aulas possa acontecer de forma segura, entendendo as restrições e os cuidados", finaliza.

Sobre o #TáNaHoraDaEscola

Movimento construído para contribuir com informações confiáveis e relevantes sobre a reabertura das escolas brasileiras, de maneira segura para as crianças, adolescentes e profissionais de educação, no contexto da pandemia de Covid-19.

A mobilização conta com diversas organizações apoiadoras, que assinam um manifesto e buscam amplificar o debate urgente sobre a retomada das aulas presenciais, com todos os protocolos de segurança necessários, no segundo semestre de 2021. Para saber mais, acesse o site

escola - volta as aulas

*Ana Beatriz Gonçalves é repórter do Papo de Mãe


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