Papo de Mãe

Silicone impede a amamentação? 

Uma dúvida recorrente e que, muitas vezes, influencia a decisão de se submeter ou não ao procedimento, é se ele pode influenciar na amamentação.

Roberta Manreza Publicado em 14/03/2018, às 00h00 - Atualizado às 20h37

Imagem Silicone impede a amamentação? 
14 de março de 2018


Por Josinaldo Martins*, cirurgião plástico 

Quando a mulher se sente desconfortável com o tamanho dos seios, uma prática comum é buscar ajuda da cirurgia estética para a colocação de prótese de silicone. Mas, uma dúvida recorrente e que, muitas vezes, influencia a decisão de se submeter ou não ao procedimento, é se ele pode influenciar na amamentação.

Quem esclarece essa questão é o cirurgião plástico Josinaldo Martins. Segundo o especialista, não há motivos para se preocupar. “A cirurgia mamária não altera a produção e nem a liberação de leite materno”, explica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a prótese mamária é inserida atrás do tecido mamário ou parcialmente abaixo do músculo peitoral. Ou seja, o silicone é colocado em posição que não altera ou obstrui a glândula mamária e fica isolado dentro de uma cápsula sólida. “O material não entra em contato direto com o organismo”, explica Martins.

Outra preocupação comum é em relação à queda das mamas durante a amamentação quando a mulher possui prótese. Mas, ele explica que essa flacidez após uma gravidez está mais relacionada à gestação propriamente dita do que ao ato de amamentar. “A amamentação deve ser encorajada pelos benefícios que traz à criança”, enfatiza. O leite materno é fonte de alimento ideal e completa para os recém-nascidos, pois fornece os nutrientes essenciais para o crescimento, aumenta a imunidade em certas doenças e estimula uma ligação afetiva.

Como se não bastassem todos os benefícios da amamentação, as estatísticas também conspiram a favor. Uma pesquisa recente publicada pelo Journal of the American Society os Plastic Surgeouns mostrou que 93% das mulheres que possuem prótese mamária conseguem, efetivamente, amamentar. “Essa quantidade é um pouco inferior às mulheres que não possuem próteses. No entanto, estudos relacionam a menor taxa de amamentação não ao fato de a paciente ter prótese mamária e, sim, ao fato de que as pacientes que não conseguiram dar de mamar têm mais medo que os seios caiam se assim o fizerem”, revela.

Saiba mais:

– A prótese de silicone não altera a glândula responsável pela produção do leite materno. Contudo, algumas técnicas cirúrgicas são mais invasivas que outras e, embora não alterem a produção do líquido, podem lesionar alguns ductos. A dica é sempre conversar com um médico de confiança;

– Após o período de lactação da mulher, é possível trocar a prótese ou retirar parte da pele flácida.

*Josenaldo Martins é especialista em Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da American Society of Plastic Surgeons e também da International Society of Aesthetic Plastic Surgery. Atualmente, possui clínica em Jaraguá do Sul, no Norte Catarinense.




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