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Por que vacinar o seu filho contra a Covid-19?

Infectologista explica que crianças e adolescentes também podem desenvolver formas graves da Covid-19

Sabrina Legramandi* Publicado em 14/07/2021, às 15h02

Vacinação em massa também pode impedir o desenvolvimento de novas variantes do vírus
Vacinação em massa também pode impedir o desenvolvimento de novas variantes do vírus

No último domingo (11), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou a inclusão de crianças e adolescentes no calendário de vacinação. De acordo com a decisão, até o dia 30 de setembro, todas as pessoas com 12 a 17 anos poderão ser vacinadas com a primeira dose no estado. Grávidas e crianças com algum tipo de comorbidade ou deficiência terão prioridade.

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A inclusão gerou diversas dúvidas, principalmente sobre a questão da segurança da vacina. Mas, de acordo com a médica infectologista Raquel Muarrek, a vacinação em massa pode contribuir significativamente para o combate à pandemia da Covid-19.

“Vacinar pode salvar vidas e diminuir o risco da transmissão cruzada. O ideal é que, no futuro, não só os adolescentes, mas também as crianças sejam imunizadas. Assim, a gente pode acabar com essa pandemia e com o risco de transmissão.” (Raquel Muarrek)

Os adolescentes também podem ser grupo de risco

Segundo a infectologista, pessoas mais jovens podem desenvolver a doença de forma mais grave, especialmente aquelas que possuem algum tipo de comorbidade, como asma.

“Normalmente, eles são transportadores e não apresentam sintomas, mas também podem apresentar formas graves da doença de acordo com a quantidade de vírus e o risco de inflamação”, explica.

Além disso, com o anúncio da volta às aulas presenciais da Educação Básica para o segundo semestre de 2021, imunizar crianças e adolescentes poderá diminuir o risco de aumentar a taxa de transmissão do vírus.

Raquel Muarrek esclarece que, além de frear formas mais graves da doença, algumas vacinas também impedem o desenvolvimento de novas mutações. “O risco de adolescentes sem imunização é o risco de transportar o vírus para outras faixas etárias e provocar o aumento de variantes e do risco de transmissão cruzada”, diz.

A vacinação é segura para crianças e adolescentes

A médica afirma que a vacina é segura não apenas para adolescentes, mas também para todos. Até o momento, apenas o imunizante da farmacêutica Pfizer está liberado no Brasil para essa faixa etária, mas diversos estudos estão sendo realizados como forma de ampliar a vacinação, inclusive para as crianças mais novas.

“O risco do vírus, da transmissão e de uma infecção multissistêmica inflamatória, que está ocorrendo em adolescentes, é muito maior do que o risco de possíveis efeitos colaterais. Vacinar é a prioridade”, diz Muarrek.

Porém, é importante lembrar que apenas a primeira dose do imunizante não é o suficiente: a vacinação deve ser completa e deve atingir o maior número possível de imunizados. Raquel afirma que a vacinação em massa pode salvar muitas vidas.

“Não adianta vacinar apenas 70% da população. Hoje já enxergamos que, para impedir a transmissão cruzada, cerca de 86% das pessoas devem ser imunizadas. Que a ciência nos mostre que é possível vacinar todas as faixas etárias, pois, assim, podemos acabar com essa pandemia.” (Raquel Muarrek)

*Sabrina Legramandi é repórter do Papo de Mãe

Confira a entrevista exclusiva com pediatra Moises Chencinski para o Especial Papo de Mãe Coronavírus:

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