Papo de Mãe
» INCLUSÃO

O que desejar neste fim de ano?

Chega ao fim mais um ano, ainda cheio de incertezas - mas sem perder a esperança

Thaissa Alvarenga* Publicado em 24/12/2021, às 06h00

Ano novo, esperanças renovadas
Ano novo, esperanças renovadas

O ano foi difícil em vários aspectos e a maioria deles afetou a vida pessoal de cada um de nós. Chegamos aos últimos dias querendo que o ano termine logo – como se um novo ano pudesse resolver a maioria dos problemas que enfrentamos!

O fato é que estamos estressados, exaustos, pressionados, frustrados etc., e queremos começar uma nova etapa, um novo semear.

Se para nós o ano foi difícil, para as crianças não foi diferente. Lidar com um mundo diferente, novas regras que nem os adultos sabem explicar direito, com o cansaço e o desânimo de muitos pais e com a braveza exagerada e a falta de paciência que isso provoca não deve ter sido fácil para elas!

Assista ao Inclua Mundo no Canal Papo de Mãe

Muitas adoeceram, não conseguiram colocar em ato o potencial que têm para aprender por falta muitas vezes de acessibilidade.

Então, hoje convido você a fazer junto comigo vários pedidos, afinal estamos no momento certo para eles.

Peço que tratemos com mais amorosidade os mais novos, mesmo e principalmente quando eles se comportam de maneira que não esperávamos ou que não consideremos adequada.

Veja também

Peço que tratemos os mais novos com mais dignidade, sem truculência, física ou verbal, em quaisquer circunstâncias. Todas as crianças e adolescentes merecem um bom tratamento, e não apenas os que tiveram a sorte de nascer em famílias privilegiadas, seja em princípios, valores, em situação cultural e/ou econômica.

Peço que renunciemos para sempre à prática do bullying.

Peço que as famílias deem menos importância à performance escolar dos filhos e mais importância à formação integral deles: moral, ética, das virtudes, da boa convivência. Boas notas nem sempre significam bom aprendizado.

Peço que deixemos de reclamar de nossas crianças e de nossos jovens e tomemos atitudes frente a situações que, em nosso entender, precisam ser redirecionadas.

Peço que acreditemos neles: de um modo geral, a proteção desnecessária só mostra que os julgamos incapazes de resolver suas questões sozinhos. Minha lista de pedidos não caberá neste espaço, mas creio que você, caro leitor, entendeu o espírito de cada um deles. Pense em outros pedidos, e pratique-os!

Todos nós, integrantes da sociedade, temos responsabilidades em relação aos mais novos.

Precisamos ter muito mais paciência com eles, porque exigem muito de nós, e temos a responsabilidade de estar disponíveis para eles, não apenas nos bons momentos, mas principalmente nos episódios que nos fazem ver a criança e o adolescente reais, que são como eles são e não como queríamos que fossem.

Em muitos momentos iremos enfrentar a teimosia, a desobediência e a rebeldia, o confronto direto e muitas vezes agressivo na convivência com eles. Por isso, paciência é fundamental.

Precisamos colocar em prática os sentimentos que temos pelos filhos, e não apenas fazer declarações de amor a eles. E se existe uma prática extremamente amorosa, é a escuta ativa e paciente do que eles expressam – não apenas do que eles falam, mas também e principalmente do que eles não conseguem falar diretamente e por isso representam, dizem nas entrelinhas, usam personagens para narrar o que ocorre com eles.

Precisamos lembrar, todos os dias, que o amor que sentimos por nossas crianças e adolescentes precisa ser menos falado e mais atuado. Eles necessitam saber, por nossas atitudes, que são prioridade em nossas vidas.

Concluo, então, que o que mais desejo neste fim de ano é que em 2022 os governantes de nosso país possam praticar mais o olhar amoroso e inclusivo que todo ser humano carrega dentro de si.

Meus votos para um ano melhor para cada um de nós e, principalmente, para nossas crianças!

Agradeço muito as reflexões que vocês fizeram comigo nesse espaço, e desejo um ano melhor para cada um de nós. Saúde e paz!

Farei uma pausa até 10 de janeiro de 2022 e retorno com muitas outras reflexões.

thaissa
Thaissa Alvarenga e os filhos

*Thaissa Alvarenga é fundadora da ONG Nosso Olhar, do portal de conteúdo Chico e suas Marias e do canal do youtube Inclua Mundo.

ColunistasThaissa AlvarengaInclusão