Papo de Mãe

Meu filho é TOP, e agora?

Crianças com esse perfil chegam a 5% da população brasileira e, na maioria dos casos, quando diagnosticados, é tarde demais.

Roberta Manreza Publicado em 25/04/2019, às 00h00 - Atualizado às 10h32

Imagem Meu filho é TOP, e agora?
25 de abril de 2019


Por INGENIUM, 

Superdotação no Brasil pode atingir 5% da população e ainda não é corretamente diagnosticada

O INGENIUM nasceu em 2016 com o objetivo de atender crianças com Altas Habilidades e acontece dentro do Colégio Liceu Jardim em Santo André, na Grande São Paulo, que acreditou na proposta e ajudou no processo de pesquisa e implementação do projeto. Crianças com esse perfil chegam a 5% da população brasileira e, na maioria dos casos, quando diagnosticados, é tarde demais, pois já houve mal aproveitamento e a criança pode se achar completamente anormal e a não socialização é apenas a menor das graves consequências tanto para a criança quanto para a família.

A criadora do núcleo, a professora Rosana Oliveira, conhece bem a dificuldade das famílias em encontrar um local que atenda esse público. Ela é mãe de um menino de 13 anos que foi identificado com altas habilidades aos seis anos e até chegar aí foram cinco anos notando comportamentos completamente inesperados do filho. Também como educadora, conhece, também, o desafio que a escola tem em identificar e desenvolver as crianças com Altas Habilidades e o sofrimento da criança que, na maioria dos casos, tem muita dificuldade de socialização e interação no espaço escolar. Diante dessa realidade, criou o INGENIUM, com o objetivo de atender crianças e famílias da região do ABC e Grande São Paulo, que procuram por atendimento especializado.

Trata-se de projeto científico que já gerou artigos e apresentações em simpósios e seminários, sendo amparado por vasta fundamentação teórica. A professora Rosana é pedagoga, arte educadora e mestre em Educação Artística pela faculdade de Belas Artes de Lisboa e a metodologia que desenvolveu para o projeto, em 2017, é parte do seu projeto de Doutorado.

O projeto iniciou muito tímido e foi ganhando espaço. Atualmente, dois professores cuidam das atividades dos grupos: a professora Rosana e o Professor Anderson Borges, especialista em criatividade e neurociência. Hoje, o INGENIUM atende 40 crianças não só do Liceu Jardim, mas de outras escolas da região.

A dupla de professores trabalhou na formação de todos os docentes do colégio para que a identificação dos alunos com altas habilidades fosse efetiva. Essas formações se estenderam por outras escolas da região. Eles atendem, também, famílias que precisam de orientação profissional sobre o assunto, esclarecendo dúvidas e fazendo a adaptação curricular quando necessário.

O relato das famílias em relação ao projeto é muito positivo. Algumas crianças com diagnóstico errado de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), após passarem pelo projeto, deixaram de tomar medicamentos controlados; outras tiveram alta da terapia. A maioria das crianças estão autoconfiantes e socialmente incluídas em seu meio de convívio.

Nos encontros, que acontecem semanalmente, os estudantes desenvolvem projetos e atividades desafiadoras de acordo com a área de interesse e habilidade de cada um, porém a relação de proximidade com as crianças e suas famílias é o ponto chave para o desenvolvimento dos alunos.

Sobre o Liceu Jardim

Em 1998, iniciaram-se os estudos para implantação do Liceu Jardim em Santo André. Não havia demanda para uma nova escola, ao contrário, constatava-se excesso de oferta de vagas na cidade. Como, então, viabilizar uma nova escola de grande porte – a maior estrutura de Santo André – num mercado sem demanda? Só havia um caminho viável: que o Liceu Jardim representasse um projeto pedagógico diferenciado, trazendo para a região o padrão de ensino dos grandes colégios de São Paulo e com referências internacionais de qualidade. Ao longo dos anos, os resultados dos alunos nos mais concorridos vestibulares nacionais, no Enem e nas grandes olimpíadas acadêmicas comprovaram o sucesso da escola. De acordo com o resultado do Enem 2017, o Liceu Jardim figura em 1º lugar no ABC, 3º no estado de São Paulo e 16º no país (ranking publicado no jornal Folha de São Paulo – escolas com mais de 61 alunos participantes). Nos vestibulares, o Liceu Jardim detêm um dos maiores índices de aprovações em universidades públicas. Em 2018,  93% dos formandos conquistaram suas vagas em universidades como USP, UNICAMP, UNESP, UNIFESP, UFABC, entre outras. O Liceu Jardim propõe-se a formar indivíduos conscientes, capazes de dimensionar e redimensionar conhecimentos, que se realizem como pessoa e contribuam para o bem comum, utilizando-se de sua capacidade intelectual de interação e liderança. A Escola propõe a criação de espaços para a participação crítica, criativa e ética dos alunos que, orientados pelos princípios do respeito humano, possam caminhar em direção ao exercício responsável da cidadania, em seus múltiplos papéis.



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