Papo de Mãe

Maioria das mulheres não previne câncer de colo do útero

Mais de 50% das mulheres do Brasil não realizam Papanicolau, principal exame de prevenção do câncer de colo do útero. Segundo estudo da SBOC, apesar da alta incidência, brasileiras ainda não se previnem adequadamente contra a doença.

Roberta Manreza Publicado em 12/01/2018, às 00h00 - Atualizado às 12h53

Imagem Maioria das mulheres não previne câncer de colo do útero
12 de janeiro de 2018


Por Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)*,

Mais de 50% das mulheres do Brasil não realizam Papanicolau, principal exame de prevenção do câncer de colo do útero

Segundo estudo da SBOC, apesar da alta incidência, brasileiras ainda não se previnem adequadamente contra a doença

O câncer de colo do útero é o terceiro tumor que mais atinge a população feminina no Brasil, segundo dados do INCA fica atrás apenas do de mama e o colorretal, além de ser a quarta causa de morte de mulheres no país por câncer. Entretanto, apesar dos altos números, uma parcela relevante da população não conhece adequadamente a doença, suas causas e como preveni-la.

Exemplo disso, é que foi constatado que mais da metade das mulheres não adere procedimentos simples de prevenção, como o a realização do exame Papanicolau (52%), segundo primeira pesquisa proprietária da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o “Panorama sobre Conhecimento, Hábitos e Estilo de Vida dos Brasileiros em relação ao Câncer”.

“O dado é alarmante, pois o Papanicolau é o principal procedimento de prevenção do câncer de colo de útero – a incidência da doença pode ser reduzida em até 80% quando feito com a periodicidade indicada pelo médico. Para diminuirmos a presença da doença entre as mulheres, é essencial que utilizemos os meios que já temos em mãos, como as vacinas, os preservativos e exames de prevenção, que podem ser encontrados gratuitamente por toda a população”, diz a Dra. Andreia Melo, diretora da SBOC.

Outra das principais causas do câncer de colo de útero é o HPV, Papilomavírus Humano, uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo. Entretanto, ainda de acordo com a pesquisa, 11% das mulheres do país discorda, em maior ou menor grau, que vacinas contra Hepatite B e HPV são eficazes para evitar o desenvolvimento de variedades do câncer. Além disso, uma em cada quatro mulheres não vê a relação entre DSTs e diferentes formas da doença.

Parte do problema parece ser o desconhecimento da população em relação à doença. Uma em cada dez mulheres não conhece o câncer de colo de útero, número que chega a ser ainda mais alto em alguns estados do país, como Tocantins (20%), Sergipe (19%) e Distrito Federal (19%).

“Há anos, a rede pública de saúde do país oferece os meios necessários para que a população se proteja de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o vírus do HPV: preservativos são fornecidos e vacinas estão disponíveis gratuitamente para meninas e meninos entre 9 e 13 anos. Porém, sem a conscientização adequada, o que se percebe é a baixa adesão da população às medidas necessárias. Quatro em cada dez mulheres afirma não usar preservativos e nem aderir a campanhas de vacinação, sendo que uma parcela relevante – 12% e 7%, respectivamente –, afirma que não pretende fazê-lo no futuro próximo”, diz Melo.

Câncer de colo de útero atrelado ao tabagismo

Outro grande vilão do câncer de colo de útero é o tabagismo. Segundo a pesquisa, 12% das mulheres do país fumam, sendo que, entre elas, 14% consome mais de 10 cigarros por dia. “Apesar de o cigarro estar comumente relacionado ao câncer de pulmão, o tabagismo também é um fator de risco relevante quando se trata do tumor do colo de útero. E, mesmo o hábito sendo mais comum entre a população masculina, o que a pesquisa nos mostra é que grande parte das mulheres ainda fuma e, o mais preocupante, não pretende parar: 7% das respondentes diz que não abdicaria do hábito”, aponta Dra. Andreia Melo.

*A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 1,4 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da Oncologia Clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. Desde novembro de 2017, é presidida pelo médico oncologista Sérgio Simon, eleito para o biênio 2017/2019. 




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