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GRAACC completa 30 anos e chama a atenção para casos de câncer em adolescentes

Dia 23 é Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil: diagnóstico precoce aumenta chances de cura. GRAACC promove evento on-line sobre o tema

Redação Papo de Mãe Publicado em 22/11/2021, às 11h46

Webinar do GRAACC, quarta, sobre câncer na adolescência. Apresentação de Mariana Kotscho, do Papo de Mãe
Webinar do GRAACC, quarta, sobre câncer na adolescência. Apresentação de Mariana Kotscho, do Papo de Mãe

Em novembro, o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) completou 30 anos de atividades. Neste período, o Hospital do GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil para mais de 70% de chances de cura. E dia 23 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil.

Uma cartilha com o título “E se for câncer infantil?”, elaborada pelo hospital do GRAACC, orienta pais e responsáveis a ficarem atentos em casos de anemia, palidez, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga, dor de cabeça persistente, entre outros, e procurem auxílio médico o mais rápido possível - o diagnóstico precoce é fundamental. O câncer em crianças e adolescentes tem estimativa aproximada de 8,5 mil novos casos por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A cartilha explica os tipos de câncer, tratamentos, chances de cura e esclarece as principais características da doença. A cartilha está disponível para download aqui. 

“A publicação deve ser uma fonte de consulta para pais, pediatras e outros profissionais de saúde. Focamos nas especificidades do câncer infantojuvenil, além de informações sobre os tipos de tumores mais comuns e os principais sinais que podem indicar a existência da doença”, comenta a Dra. Monica Cypriano, autora do projeto.

Quanto mais cedo for detectado, maiores serão as chances de cura da doença que, no caso do GRAACC, ultrapassam 70%”, alerta Dra. Monica Cypriano, Diretora Clínica do Hospital do GRAACC.

Atenção aos sintomas

“O câncer infantojuvenil é a doença que mais causa óbitos de crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos no país. Porém, é totalmente tratável desde que diagnosticado em estágio inicial, o que é muito desafiador, pois os sintomas podem se confundir com as doenças comuns da infância. Essa data é fundamental para alertar pais e responsáveis para que não esperem para levar a criança ao médico quando perceberem sinais como, por exemplo, palidez, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga e dores de cabeça que persistam por mais de uma semana”, explica a Dra. Monica.

Nos 30 anos de atividade, o Hospital do GRAACC tem registrado diversos avanços no tratamento dos tipos de câncer de maior incidência em crianças e adolescentes como, por exemplo, as leucemias, que representam 25% de todos os casos de câncer infantil; o câncer ósseo, com redução nas amputações e aumento dos tratamentos conservadores; câncer nos olhos (retinoblastoma), com redução de extração de olhos (enucleação) e o centro de transplantes de medula óssea, que já realizou mais de 900 procedimentos, entre outros.

Câncer infantojuvenil

O câncer infantojuvenil é diferente do câncer em adultos e não está associado a causas externas como, por exemplo, exposição solar, tabagismo ou sedentarismo. Portanto, não existem medidas de prevenção da doença nesta faixa etária. Sua causa está ligada à alteração celular com o crescimento desordenado de algumas células do organismo.

“Como esse processo ocorre na fase de crescimento da criança ele é mais acelerado e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo. Este é um dos motivos que faz o diagnóstico precoce ser tão importante e urgente”, complementa a diretora clínica.

Genética

O GRAACC mantém um banco de tumores pediátricos, considerado um dos maiores da América Latina. Neste banco estão mais de 20 mil amostras de tumores e sangue coletados de crianças e adolescentes e catalogados ao longo desse período. A partir desse material é possível realizar uma técnica que vem sendo apontada como uma das mais promissoras na busca de melhores desfechos clínicos no combate ao câncer infantojuvenil: o sequenciamento genético, conhecido no meio científico como Sequenciamento de Nova Geração – NGS (Next-Generation Sequencing).

“O sequenciamento genético possibilita investigar e conhecer a informação genética de um material biológico. Em outras palavras, significa descobrir o código genético que mostra a célula na intimidade. Com isso, é possível realizar investigações complementares que contribuem com um diagnóstico mais preciso dentro do estágio que está a doença. Na prática, nos orienta nas escolhas para um tratamento mais individualizado, que ajudará a aumentar ainda mais as chances de cura”, revela Dra. Monica.

Principais sinais que merecem atenção

Alguns sinais podem ser sintomas de câncer infantojuvenil, mas muitas vezes são confundidos com doenças comuns da infância. É importante ficar atento e procurar um médico o quanto antes se algum dos sintomas abaixo persistir por mais de uma semana:

  • Manchas roxas e caroços pelo corpo.
  • Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço.
  • Perda de peso.
  • Aumento ou inchaço na barriga.
  • Palidez inexplicada e fraqueza constante.
  • Aumento progressivo dos gânglios linfáticos.
  • Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos.
  • Febre ou suores constantes e prolongados.
  • Distúrbios visuais e reflexo anormal da pupila quando exposta à luz conhecido como “reflexo do olho de gato”, perceptível em fotos com flashes por meio de um brilho branco diferente no olho da criança.

Evento on-line

Nesta quarte-feira, dia 24, 15horas, o GRAACC promove um webinar científico especial sobre câncer na adolescência com apresentação de Mariana Kotscho, do Papo de Mãe e comentarista do Bem Estar da Rede Globo.

Durante a transmissão do evento serão abordados os sintomas, a descoberta da doença, tratamento e os resultados obtidos no Hospital do GRAACC durante esses anos.

O webinar terá a participação da oncologista pediátrica do GRAACC, Dra. Eliana Caran e do ex-paciente Kevin Sena. O objetivo do evento é compartilhar informações sobre as especificidades da doença nos adolescentes e falar sobre os impactos do tratamento durante uma das fases da vida em que ocorrem as mais significativas mudanças físicas, emocionais e sociais.

"Sabemos que o diagnóstico precoce salva vidas, por isso informar é fundamental. Quanto mais informação de qualidade pudermos divulgar, melhor. E o GRAACC faz um trabalho de excelência em todos os aspectos, da prevenção ao tratamento. Do olhar e do cuidado com o paciente e com toda a família”, comenta Mariana.

Para realizar a série de webinars científicos, o GRAACC conta com o apoio do Instituto Helena Florisbal e a colaboração da Dummy Filmes.

Assista ao Papo de Mãe sobre câncer infantil

Serviço

Webinar Científico Especial GRAACC

24 de Novembro, às 15h – Câncer na Adolescência

Mediação da jornalista Mariana Kotscho e participação da Dra. Eliana Caran, oncologista pediátrica e Kevin Sena, ex-paciente do GRAACC.

Inscrições: clique aqui para se inscrever

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Sobre o GRAACC

Criado em 1991 para atender crianças e adolescentes com câncer, o Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.

O GRAACC é a primeira instituição do País, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais conceituadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde. Em 2020, o atendeu cerca de 4 mil pacientes de todo o País e realizou mais de 32 mil consultas, além de cerca de 1,5 mil procedimentos cirúrgicos, 20,5 mil sessões de quimioterapias e 66 transplantes de medula óssea.

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