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Ensinando matemática para seu bebê

Ao ensinar matemática para o seu bebê, você contribui para que o cérebro dele se desenvolva, além de fazer com que ele aprenda e assimile informações

Larissa Fonseca* Publicado em 16/02/2022, às 07h46

As crianças conseguem fazer cálculos mais rápido do que os adultos
As crianças conseguem fazer cálculos mais rápido do que os adultos

Os bebês são extremamente inteligentes e têm grande facilidade em aprender. Alguns conhecimentos são compreendidos mais facilmente depois de uma certa idade, mas a maioria dos aprendizados, principalmente no que diz respeito à linguagens, é mais facilmente compreendido por crianças com idade inferior a 6 anos. Quanto mais cedo a criança aprende a fazer algo, melhor ela o fará. Nem sempre o resultado pode ser observado de imediato. Mas com o tempo, o resultado do investimento aparece claramente.

Os bebês não apenas conseguem aprender matemática, como também têm grande facilidade em fazê-lo.

O processo de aprendizagem de uma criança já se inicia a partir da 32° semana de gestação. Precisamos ter um objetivo. O bebê é curioso. Ele recebe, assimila e aprende uma quantidade enorme de informações e fatos.

Confira a participação de Larissa Fonseca no Papo de Mãe

A capacidade matemática é uma função inerente ao cérebro humano. A criança consegue fazer cálculos matemáticos mais rapidamente que o adulto. A criança não tem uma noção concreta, mas já consegue perceber que, se está na presença da mãe e do pai e um deles se ausenta, isso significa que algo está faltando e que um é menos que dois.

Mas qual seria o objetivo de se ensinar matemática a um bebê?

Os números e a matemática estão presentes em nosso dia a dia. A intenção não é ensinar ao bebê como fazer derivada ou equação de segundo grau, mas sim, por exemplo, ensinar a função social dos números. A contagem, o relógio, estabelecer quantidades, enfim. Além disso, o raciocínio matemático desenvolve o cérebro (que se desenvolve mais ou menos conforme é usado).

É importante ter em mente que toda atividade deve ser feita em um ambiente tranqüilo em um momento de disposição, tanto das mães como das crianças. O tempo disponibilizado para a atividade deve ir aumentando de acordo com o tempo de concentração da criança e deve começar com apenas alguns segundos. Você deve estar empolgada e não precisa esperar que a criança se concentre. Quem vai chamar a atenção dela para o que está sendo feito é você a partir de suas reações faciais e palavras e sons de entusiasmo.

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Um aprendizado é sempre mais prazeroso quando deixa na criança um “gostinho de quero mais”. Então, nunca espere que seu filho se canse para parar uma atividade. Use sempre as mesmas palavras para significar o que deseja ao ensinar a matemática. Resolução de problemas (pergunte onde tem mais? Se ele acertar faça festa, se ele errar mostre o certo).

Quando colocar o açúcar na mamadeira, conte (ele prestara atenção no ritmo e mesmo que não falar os números, vai esboçar um som no ritmo da contagem). Ao perguntar que horas são, vai olhar para o relógio. Divida um bolo para o papai a mamãe e o bebê (faça as atividades explicando-as). Aprenda conceitos, raciocínio. Você também pode usar cartões. Quanto mais velho, maior o tempo de concentração. Respeite os limites e desejos do seu filho. Não o force, pois, você estará causando grande prejuízo. Cuidado com as expectativas para não se frustrar.

Para quem tem interesse em conhecer uma outra técnica de ensino da matemática uma dica de literatura: Glenn Doma, fundador do Instituto para o desenvolvimento do Potencial Humano (Pensilvânia) e com grande experiência no tratamento de crianças com lesões cerebrais, escreveu com a diretora deste mesmo Instituto Janet Doman o livro “como Ensinar Matemática para seu bebê”. Nesta obra ensinam uma técnica que utiliza cartões explorando a capacidade dos bebês em reconhecer imagens ao invés de símbolos para ensinar quantidades, equações, resolução de problemas e numerais.

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Larissa Fonseca

*Larissa Fonseca é pedagoga e neuropedagoga graduada pela USP, pós-graduada em psicopedagogia, psicomotricidade e educação infantil. Autora do livro "Dúvidas de Mãe".

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