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Depressão pós-parto: como identificar?

A ginecologista e obstetra Ligia Santos explica a diferença entre depressão pós-parto e baby blues

Mariana Kotscho* Publicado em 27/10/2021, às 10h20

Dra.Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe
Dra.Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe

Após o parto, a mulher pode apresentar alguns sintomas como tristeza e depressão. E existe uma grande diferença entre o "baby blues" (tristeza materna) e a depressão pós-parto.

A ginecologista e obstetra Ligia Santos explica que o baby blues é algo normal e acontece com 80 a 90% das mães. Ele costuma ocorrer na primeira semana após o nascimento do bebê. É aquele momento em que você se dá conta de que tem um bebê, um ser totalmente dependente, que ainda não interage. É uma situação nova e cansativa, principalmete para as mães de primeira viagem. "É difícil de a gente pensar na maternidade como algo difícil, mas é a realidade", diz a médica.

Assista ao vídeo da Dra.Ligia Santos sobre depressão pós parto

O nascimento de um bebê marca uma transformação completa na vida da mulher, que pode viver conflitos que ainda são pouco falados na sociedade. São conflitos em relação ao bebê, à maternidade, ao corpo, além de várias mudanças hormonais. A dificuldade em verbalizar todos esses sentimentos pode se refletir numa tristeza, que normalmente passa com os dias, conforme existe uma adaptação.

Em relação ao baby blues, a mulher só precisa de carinho, cuidado, atenção, uma ajuda para que ela possa descansar.

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A depressão pós-parto

Na depressão pós-parto, a mulher já apresenta uma forma mais grave de tristeza, ela atinge de 10 a 20% das mamães e começa a partir de um mês após o nascimento: "Se passou um mês e esta mulher ainda não está bem, pode não ser apenas baby blues e sim depressão pós-parto", alerta a Dra. Ligia.

Geralmente a depressão se resolve no primeiro ano de nascimento do bebê, mas pode ser ainda mais longa. É preciso estar atenta aos seguintes sinais:

  • Se a mãe chora muito
  • Se a mãe tem oscilações de humor
  • Se a mãe tem irritabilidade
  • Se ela está desconfortável
  • Possível falta de interação com o bebê

Nesses casos, é preciso buscar ajuda médica: de ginecologista, psicólogo, psiquiatra. A depressão pós-parto pode ser algo grave e evoluir para uma psicose pós-parto, mas essa é uma condição mais rara. Ela precisa ser tratada. E é importante que a mulher consiga verbalizar seus sentimentos, ser escutada.

A depressão pós-parto interfere na vida do bebê e da família, por isso é preciso diálogo e acolhimento - sem julgamentos!

*Mariana Kotscho é jornalista

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