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Clubes de São Paulo buscam soluções para o período do coronavírus

Clubes de São Paulo colocam suas instalações à disposição das Autoridades Governamentais e de Saúde

Roberta Manreza Publicado em 23/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h08

Clubes de São Paulo colocam suas instalações à disposição das Autoridades Governamentais e de Saúde - Divulgação Club Athletico Paulistano
Clubes de São Paulo colocam suas instalações à disposição das Autoridades Governamentais e de Saúde - Divulgação Club Athletico Paulistano
Presidentes e diretores de clubes se unem em comitê de crise para troca informações e rede de apoio
Presidentes e diretores de clubes se unem em comitê de crise para troca informações e rede de apoio

Coronavírus e Comitê de Crise dos Clubes

Por que o Sindi Clube criou um Comitê de Crise?

O Sindi Clube representa 1.400 clubes localizados em municípios de todas as regiões do estado de São Paulo, somando dois milhões e meio de associados e 40 mil empregos diretos. Criando o Comitê nesse momento de crise da Pandemia do Coronavíruscumprimos nosso compromisso com os Clubes, representando-os da melhor forma possível e orientando-os para que, nesse momento de incertezas, possam desenvolver as melhores práticas.

Qual o objetivo do Comitê?

Os clubes se viram obrigados a encerrar suas atividades para evitar a propagação do coronavírus e mergulharam em um cenário imprevisto. O objetivo do comitê é unir os clubes em um centro de debates, promover a troca de informações entre os seus dirigentes, para que as soluções encontradas possam ser aproveitadas por todos. Afinal, o momento é de solidariedade.

Como funciona essa rede de apoio?

Os presidentes e diretores informam dificuldades enfrentadas pelos seus clubes e possíveis soluções encontradas. Disponibilizamos aos participantes todos os nossos consultores – nas áreas jurídica, trabalhista, tributária e de esportes, além de social, cultural e comunicação – para obter respostas a qualquer tipo de dúvida apresentada.

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Quais as principais preocupações dos Clubes nesse momento?

Há uma preocupação com os associados, colaboradores, atletas e população em geral. Por isso, sugerimos aos Clubes que disponibilizem suas instalações à população, para o combate ao Coronavírus. Já temos muitos Clubes aderindo, encaminhamos um ofício ao governador com os Clubes que já se diponibilizaram.

Outra preocupação dos clubes é com a possibilidade da queda de arrecadação proveniente das contribuições mensais dos associados, neste período em que as agremiações deixam de funcionar. Temos incentivado os clubes a manterem ativos os canais de comunicação para não perderem a proximidade com seus associados pagantes, por meio das redes sociais e dos sites.

Os clubes não podem interromper esse vínculo essencial com os associados.É importante enviar mensagens positivas direcionadas ao que eles mais obtêm nos clubes: vida saudável. A saúde precisa ser muito incentivada, agora.

Grande parte dos clubes já estão postando, por exemplo, vídeo-aulas gravados por instrutores físicos que prescrevem exercícios básicos para serem realizados em casa.

Paulo Movizzo, presidente do Club Athletico Paulistano, uma das agremiações paulistanas que já suspenderam as atividades para evitar a propagação do vírus, também preside o Sindi Clube e explica a função do Comitê.

“É uma rede de apoio virtual, adaptada à realidade atual de evitar contato físico. Composto por presidentes e diretores de clubes que integram um grupo de WhatsApp, o comitê deverá servir como centro de debates e de orientação aos dirigentes das agremiações que se viram obrigadas a interromper atividades”, explica.

Um dos temores dos clubes que apresentam suas questões no Comitê de Crise refere-se à perda de arrecadação, que poderá ser gerada pelo não pagamento das mensalidades por parte de associados. Movizzo explica qual tem sido a principal orientação passada aos presidentes e dirigentes.

“Os clubes têm uma conformação condominial em que os associados contribuem para satisfazer as despesas com a manutenção das dependências das agremiações – quadras, piscinas, salões, bares e restaurantes. Esse custo não cessa, mesmo no período de suspensão de atividades. Nossa orientação é para os clubes reforçarem a comunicação por meio de suas redes sociais, veiculando, principalmente, conteúdos que motivem positivamente os associados, para que eles não percam contato com aquela que é a principal oferta dos clubes: vida saudável”, diz Movizzo.

O dirigente cita exemplos de mensagens positivas enviadas pelos clubes.

“Os clubes apresentaram no Comitê vídeos gravados por instrutores físicos que prescrevem exercícios básicos, para serem realizados em casa. Os alunos que tiveram seus treinos interrompidos recebem a orientação e, dessa forma mantêm contato com os clubes e podem manter a saúde e a imunidade fortalecidas”, explica.

O presidente do Sindi Clube aponta um dado que é comum aos clubes da capital e também do interior: em média, a contribuição mensal dos associados responde por cerca de 90% do valor da folha de pagamento dos funcionários dos clubes. “Sem esse custeio, boa parte dos 40 mil empregos que o setor oferece estará em risco. Por enquanto, não dá para dimensionar exatamente os efeitos econômicos dessa pandemia na empregabilidade dos clubes paulistas, mas o nosso setor, como os demais do país, não escapará disso”, diz.

Outro tema discutido no Comitê de Crise é a necessidade de conscientizar as autoridades para o momento difícil dos clubes, especialmente os menores. Movizzo informa que procurou o governo do estado. “Encaminhamos mensagem ao governador João Doria solicitando a inclusão dos clubes no rol das empresas para as quais o Governo do Estado está destinando o benefício de linhas especiais de crédito, para fazer frente às recentes adversidades causadas pelo coronavírus. Nosso principal objetivo, além de manter os clubes atuantes, é a preservação dos empregos que o setor oferece e, assim, favorecer a atividade econômica que nos fará sair desta crise”, diz.

Movizzo relembra a perenidade dos clubes na sociedade para demonstrar otimismo: “Nosso setor é composto por dezenas de clubes centenários e outros tantos que estão a caminho dos cem anos. Somos agremiações que atravessaram décadas e venceram inúmeras crises mundiais, como duas grandes guerras, e também suplantaram inúmeras instabilidades econômicas nacionais. Os clubes haverão de passar por mais esse momento difícil e seguir adiante”, afirma.

*Sindi Clube é o Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo 

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