Papo de Mãe

ABNT cria norma para tornar roupas das crianças mais seguras

Roberta Manreza Publicado em 04/05/2015, às 00h00 - Atualizado às 16h58

Imagem ABNT cria norma para tornar roupas das crianças mais seguras
4 de maio de 2015


Cordões terão de ser curtos, sem extremidades livres e com ajustadores. Zíper não deve ter abertura no puxador, de preferência coberto e protegido

G1

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Créditos: Reportagem G1

O Fantástico traz um alerta para os pais: preste muita atenção na roupa que você veste no seu filho.

“Já aconteceu de ela ir no brinquedão de buffet infantil e quando eu vi ela estava enganchada por causa da roupa”, conta Dione Amorim, mãe de Giulia.

“A gente perguntou: ‘Foi o botão?’ Ele confirmou com a cabeça. Como ele estava aparentando uma dificuldade para respirar, a gente foi direto pro pediatra dele”, lembra Ananda Etges, mãe de Vítor.

O Vítor, de 4 anos, e a Giulia, de 5 anos, sofreram acidente que, à primeira vista, parecem bobos, mas são muito perigosos.
“Acidente com roupinha de criança é comum. A gente não tem dados oficiais do Ministério da Saúde informando exatamente quantos acidentes, mas a gente tem alguns dados que podem ser relacionados a esse tipo de acidente, como os acidente envolvendo queda em playground, que são mais ou menos 400 internações por ano”, diz Gabriela de Freitas, da ONG Criança Segura.

Para evitar acidentes como o de Júlia e o de Vítor, a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, acaba de criar a norma para a produção de roupas infantis. Fabricantes participaram do projeto.

“Vimos que os principais acidentes que podem ocorrer oriundos desse tema, não são em quantidades tão grandes, mas basta um para ser problema”, explica Rafael Cervone, da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção.

Maria Adelina Pereira fez parte do grupo que criou a norma para tornar as roupas das crianças mais seguras. Ela foi até a casa da Dione, que tem duas filhas pequenas, para mostrar com o que é preciso tomar mais cuidado e prestar atenção na hora de vestir os pequenos.

Cordões longos podem causar acidentes ao engancharem em brinquedos, como escorregadores, ou ficarem presos em portas de veículos. Terão de ser curtos, sem extremidades livres e com ajustadores.

“Esse é o caso de um zíper que tem a abertura e que, essa abertura, a criança colocando na boca, pode entrar o dentinho e provocar o ‘arrancamento’ de um dente”, explica Adelina Pereira.

Ou ainda machucar a pele. Pela nova norma, zíperes devem ser sem abertura no puxador, de preferência cobertos internamente por um tecido para não prender.

A recomendação é que botões ou enfeites de lantejoulas, por exemplo, sejam fixados de forma que a criança não tenha força para arrancá-los.

“De repente, ele estava com um botão na mão. Eu me distraí conversando e ele voltou já com a garganta, assim, forçando, como se tivesse trancando alguma coisa. O médico constatou que, por ser mais redondinho, não aparentava ter perigo”, lembra Ananda, mãe de Vítor.

Mas há casos mais sérios. Segundo a coordenadora da ONG Criança Segura, 350 crianças morrem por ano, no Brasil, vítimas de estrangulamento por algum tipo de fio ou inalação de algum objeto, incluindo peças do vestuário.
“Ainda bem que no Brasil a gente também começou a ter essa preocupação”, diz Gabriela de Freitas.

“Em 6 meses deve ter uma lei sobre isso no Brasil”, prevê Rafael Cervone.

Mesmo antes de virar lei, quem levou um susto já sabe o que fazer. “A gente começou a cuidar, sim, e optar por roupa sem nada”, diz a mãe de Vítor.

Dica: Assista ao Papo de Mãe sobre Segurança Infantil




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