Papo de Mãe

Veja 20 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1

Roberta Manreza Publicado em 01/04/2016, às 00h00 - Atualizado às 07h53

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1 de abril de 2016


Folha de São Paulo

Ela já avançou por 11 Estados, matou 45 pessoas no país e tem provocado filas de horas por vacinas em hospitais e clínicas particulares de São Paulo.

Veja 20 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1, que vem causando um surto fora de época no Brasil –o número de casos (304) e óbitos (45) da doença em 2016 já ultrapassa todos os registros de 2015, quando 141 pessoas foram infectadas e outras 36 morreram.

O VÍRUS

1. O que é a gripe H1N1?
É uma gripe do tipo A causada pelo vírus H1N1, que circula entre humanos. Ele foi detectado no México, em abril de 2009, e se disseminou rapidamente, causando uma pandemia mundial chamada, na época, de gripe suína.

2. Como ela é contraída?
Quando se inala secreções do doente ao falar, espirrar ou tossir e quando há contato com superfícies infectadas, como mesas, maçanetas ou talheres.

3. Quais são os sintomas?
Os mesmos da gripe normal, porém mais fortes: febre alta, tosse, dor muscular, dor de cabeça e de garganta, coriza e irritação nos olhos e ouvidos. Também pode provocar falta de ar e dor no tórax.

4. Como posso me prevenir?
A vacinação é a melhor maneira, mesmo não sendo 100% eficaz. Além disso, evite levar a mão aos olhos, ao nariz e à boca, lave sempre as mãos com sabão ou álcool e cubra a boca quando for tossir ou espirrar.

5. Como funciona o tratamento?
O doente deve repousar, beber muito líquido e evitar álcool e cigarro. Medicamentos como o paracetamol (Tylenol) podem ser usados para combater febre e dores. Em casos graves ou grupos de risco (idosos, crianças, asmáticos, cardiopatas, diabéticos, indígenas, entre outros), pode ser recomendado antiviral, como o oseltamivir (Tamiflu), vendido com receita médica.

6. Qual é a diferença entre o H1N1 e os outros vírus da gripe?
O H1N1 tem mais chances de causar complicações como a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), especialmente em pessoas de maior risco. No Brasil, houve 45 óbitos por SRAG ligada ao H1N1 até 22.mar.2016 –90% do total de mortes por gripe no país.

GRIPE ANTECIPADA

Ilustração Leonardo Gibran
Ilustração sobre gripe H1N1

7. Por que a gripe chegou antes este ano?
Não se sabe exatamente, mas há certa tendência de antecipação a cada ano. Alguns dos motivos podem ser o contato com turistas –que trouxeram o vírus do hemisfério Norte–, a variabilidade do clima e a baixa vacinação em 2014 e 2015. Mas é difícil para especialistas chegar a uma conclusão.

8. Há motivo para pânico?
Não. Deve-se seguir as recomendações de higiene e, assim que possível, tomar a vacina, especialmente os grupos de risco (idosos, crianças, asmáticos, cardiopatas, diabéticos, indígenas, entre outros). É a melhor maneira de prevenir a doença.

9. Como reduzir as internações por causa da gripe?
Uma possibilidade seria priorizar a vacinação para grupos de maior risco na rede privada, assim como acontece na rede pública. Também é importante dar prioridade no atendimento, evitando a complicação da doença.

10. Devo ir ao hospital assim que sentir um dos sintomas da gripe ou sair correndo para tomar a vacina?
Nem sempre. Pode ser que seja apenas um resfriado. Ir a um pronto-socorro ou a um consultório médico pode expor a pessoa, que já está com a imunidade baixa, a microorganismos e fazer com que ela contraia a gripe ou outras doenças.

11. Como sei se estou com gripe ou se é apenas um resfriado?
No resfriado, os sintomas são nariz escorrendo, espirros, um pouco de dor no corpo e às vezes febre baixa e tosse. Já a gripe se inicia de repente e tem como principais marcas febre alta, tosse seca e fortes dores no corpo e de garganta. Ela também pode evoluir e provocar complicações no pulmão, resultando em falta de ar.

VACINAÇÃO

Ilustração Leonardo Gibran
Ilustração sobre gripe H1N1

12. A vacina protege contra quais vírus?
A vacina dada na rede pública é a trivalente, contra as gripes A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente –que protege contra mais um tipo da B. Se o paciente também quiser tomar a segunda, deve aguardar o intervalo de um mês entre as doses.

13. Ela é 100% eficiente?
Não, a eficácia é de 60% a 90%, dependendo da faixa etária do paciente e de outros fatores, como presença de infecções e doenças crônicas.

14. Quanto ela custa?
Cerca de R$ 120 (trivalente) e R$ 200 (quadrivalente) na rede particular. Na rede pública a vacinação é gratuita e a preferência é para grupos de risco (idosos, crianças, asmáticos, cardiopatas, diabéticos, indígenas, entre outros).

15. Quem não pode tomar a vacina?
Bebês menores de seis meses e quem já teve reações anafiláticas em aplicações anteriores. Quem teve a síndrome de Guillain-Barré ou tem reações alérgicas graves a ovo –a vacina contém traços de proteínas do alimento– também deve ter cautela.

16. Quando começam as vacinações?
A campanha nacional começa em 30.abr e vai até 20.mai. Na Grande São Paulo, a vacinação foi antecipada para crianças de seis meses a cinco anos, idosos e gestantes (a partir de 11.abr). Na rede particular já é possível encontrar a vacina.

17. A vacina vale por quanto tempo?
Ela demora de três a quatro semanas para começar a fazer efeito e é útil por seis a oito meses, uma “temporada” do vírus. Normalmente as cepas mudam, por isso é preciso fazer a vacinação todo ano.

18. A vacina de 2015 pode ser usada em 2016, como aconteceu em algumas cidades paulistas ?
Sim, já que o H1N1 não mudou. Mas, mesmo para quem tomou a de 2015 neste ano, é necessário o reforço da vacina de 2016. A do ano passado também é pouco eficaz contra os outros tipos de gripe.

19. Se eu já tiver pegado a gripe H1N1, ainda preciso tomar a vacina?
Precisa. Quem foi infectado fica imunizado por um tempo, mas depois pode voltar a pegar a doença. O tempo de imunização após a infecção é mais prolongado que o da vacina, porém não é possível prevê-lo porque é bastante variável.

20. Quem toma a vacina tem chances de ficar gripado como “reação da vacina”?
Não. O máximo que pode acontecer são dores locais e mal estar.

Fontes: Ministério da Saúde, Rosana Richtmann, infectologista do hospital e maternidade Santa Joana,  e Isabella Ballalai e Renato Kfouri, presidente e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações

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