Papo de Mãe

Dia 2 de abril e o autismo

Roberta Manreza Publicado em 01/04/2016, às 00h00 - Atualizado às 16h55

Imagem Dia 2 de abril e o autismo
1 de abril de 2016


Por Andréa Werner*, jornalista e redatora do blog Lagarta Vira Pupa

Dia 2 de Abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo decretado pela ONU. Um movimento mundial, que sempre acompanha essa data, é o Light it Up Blue, criado pela ONG americana Autism Speaks. Vários monumentos importantes no mundo inteiro acendem uma luz azul para celebrar a data, incluindo o Empire State Building, em Nova Iorque, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Mas por que é tão importante ter um dia mundial só para o autismo? Porque ele afeta milhões de pessoas no mundo inteiro e sua incidência vem crescendo. A última estatística nos Estados Unidos fala de 1 em cada 68 crianças. Isso é mais do que câncer pediátrico, Aids e diabetes infantil JUNTOS. Ele também afeta 4 meninos para cada menina.

Sabemos que o movimento em torno da data tem crescido, inclusive com o apoio da mídia. Muita informação tem sido divulgada. Pra que você não fique perdido no meio de tanta notícia, resumimos, aqui, o que é mais importante saber:

O que é o autismo?

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta na infância e afeta três áreas importantes:

  • A comunicação: a criança não fala, tem dificuldades para realizar um diálogo ou não usa a fala para se comunicar (repete o que os outros falam, por exemplo)
  • A interação: a criança apresenta pouco contato visual e parece não ter interesse em interagir com outras crianças ou pessoas
  • O comportamento: a criança tem interesses muito restritos e pode apresentar comportamentos repetitivos ou atípicos.

Crianças autistas, frequentemente, também apresentam dificuldades motoras e sensoriais (têm sensibilidade diminuída ou exagerada para sons, cheiros, e até ao toque, por exemplo_.

Quais as causas do autismo?

Nos últimos anos, cientistas identificaram vários genes e mutações genéticas associadas ao autismo. Acredita-se que a maioria dos casos de autismo ocorre por uma combinação de predisposição genética com fatores ambientais que ocorrem durante o desenvolvimento do cérebro do bebê. Alguns fatores ambientais já identificados, que aumentam levemente o risco da criança desenvolver autismo (juntamente com a predisposição genética) são a idade avançada dos pais, prematuridade e baixo peso ao nascer e infecções maternas durante a gestação.

Autismo tem cura?

Ainda não, mas tem tratamento! E quanto antes vier o diagnóstico e a intervenção, melhor! Em geral, ela inclui terapia comportamental, terapia ocupacional e fono. Fazendo um tratamento adequado, a criança melhora muito ao longo dos anos, podendo, inclusive ter uma vida independente.

Autismo tem “cara”?

Não. Há vários tipo de autismo. A maioria das pessoas ainda tem o estereótipo do “Rain Man” na cabeça. Mas autismo é um espectro que vai desde casos muito leves (como aquela criança que só parece meio “excêntrica” e anti social) até casos graves, com pessoas que vão precisar de auxílio durante toda a vida. Mas é importante saber que, assim como não há uma pessoa igual à outra, não há um autista igual ao outro. Cada um tem suas fortalezas, potencialidades e suas áreas a desenvolver.

Quais os sinais de alerta?

Se o bebê apresenta qualquer um desses sinais, deve ser levado a um neuropediatra especializado em transtornos do desenvolvimento ou psiquiatra infantil:

  • Não apresenta sorrisos ou expressões de felicidade a partir dos 6 meses;
  • Não compartilha ou reage a sons, sorrisos ou outras expressões faciais a partir dos 9 meses;
  • Não balbucia palavras aos 12 meses;
  • Não compartilha gestos como apontar, mostrar, tentar alcançar algo ou “dar tchau” aos 12 meses;
  • Não pronuncia nenhuma palavra aos 16 meses;
  • Não fala nenhuma frase de 2 palavras com sentido (excluindo repetição ou imitação) aos 24 meses;
  • Qualquer perda de fala, balbucio ou habilidades sociais (como “dar tchau”e bater palminhas) em qualquer idade.

Crianças autistas também têm dificuldades com o brincar: apegam-se a objetos estranhos (como garrafinhas pet ou caixas de fósforo) e não fazem o uso funcional do brinquedo. Um exemplo clássico é o do carrinho: um criança típica passa o carrinho pelas superfícies e faz sons. Uma criança autista pode enfileirar os carrinhos, dividi-los por cor ou fixar-se apenas em uma parte deles (como as rodinhas, por exemplo).

Como posso ajudar?

Repasse esse texto para amigos, colegas e para a direção da escola do seu filho. Vista uma roupa azul e poste uma foto em seu Instagram ou Facebook, dizendo que é pela conscientização do autismo, e use as hashtags #azulpelosautistas, #2deabril ou #diamundialdaconscientizacaodoautismo.  Lembre-se de que quanto antes houver o diagnóstico, mais chances tem a criança de viver uma vida plena e independente.

Já pensou se você puder ajudar uma criancinha ser diagnosticada mais cedo?

*Andréa Werner é mãe, jornalista e redatora do blog Lagarta Vira Pupa

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