Papo de Mãe

A cada 22 minutos, uma criança se machuca em carrinho de supermercado

Roberta Manreza Publicado em 10/09/2015, às 00h00 - Atualizado às 17h27

Imagem A cada 22 minutos, uma criança se machuca em carrinho de supermercado
10 de setembro de 2015


O levantamento é do centro de lesões do Nationwide Children’s Hospital, em Boston, nos Estados Unidos. Saiba como evitar os acidentes

Por Luiza Tenente Crescer

Menino no carrinho de supermercado  (Foto: Thinkstock)

Foto: Thinkstock

Visto aos olhos de uma criança, o supermercado mais parece um parque de diversões. Ela passeia dentro de um carrinho pelas prateleiras, diante de um montão de produtos coloridos, divertidos e deliciosos. Por isso, além de cuidar para que seu filho não alcance nada nas gôndolas, você precisa ficar o tempo todo atento para prevenir acidentes.

Uma pesquisa divulgada pelo centro de lesões do Nationwide Children’s Hospital, em Boston (EUA), mostrou que mais de 24 mil pessoas com menos de 15 anos são atendidas anualmente nos departamentos de emergência do país por causa de lesões associadas ao carrinho de compras. Ou seja: a cada 22 minutos, uma criança se machuca em um supermercado dos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há um levantamento semelhante, mas fica o alerta para que a segurança do seu filho seja reforçada.

De acordo com o estudo, o ferimento mais comum ocorre na cabeça e na região do pescoço, atingindo 92% das vítimas menores de 1 ano e 79% das que têm até 5 anos. Na maioria das vezes, são acidentes provocados por quedas.

Como evitar os acidentes?

Já que não há certificado do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para os carrinhos de supermercado, sempre preste atenção às características do modelo. Alguns têm cadeirinha ou bebê-conforto acoplados: é importante que estejam soldados, para evitar que se desprendam. O cinto de segurança com cinco pontos também é fundamental (passando pelo ombro, quadril e entre as pernas). “As prateleiras do supermercado estão repletas de atrativos. Os pequenos certamente vão tentar alcançar os produtos e podem cair no chão se não estiverem corretamente presos ao assento”, explica Danilo Blank, pediatra do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente, da Sociedade Brasileira de Pediatra (RS). Lembre-se, também, de que seu filho só estará seguro na cadeirinha se tiver até 2 anos ou pesar menos de 13 quilos.

Na falta do cinto de segurança, é mais seguro colocar a criança sentada dentro do carrinho, junto com as compras. Mas há outra preocupação: “Ela vai entrar em contato com produtos de limpeza, por exemplo, e pode ingeri-los, se os pais não estiverem atentos”, afirma Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

Outro aviso importante é que, em hipótese alguma, você deve deixar seu filho ficar em pé dentro do carrinho. Ele pode perder o equilíbrio e cair ou se debruçar, fazendo com que o carrinho tombe. E se ele quiser empurrar o carrinho de compras? Não é uma boa ideia, porque há risco de atropelar outros clientes e se machucar também.

É claro que é importante, vez ou outra, levar seu filho ao supermercado com você. Esse hábito faz com que ele se envolva na compra dos alimentos saudáveis e aprenda a fazer comparações do que é caro ou barato. Porém, não dá para descuidar da segurança. Sempre que possível, leve alguém com você. Assim, enquanto um dedica atenção à criança, o outro pode fazer as compras. Leve o carrinho de bebê para ajudar – mas jamais pendure sacolas nele. O peso faz com que ele penda e tombe no chão.

Segundo os especialistas, para o supermercado se tornar um local mais seguro para as crianças, seria necessário que as redes do estabelecimento tomassem algumas medidas de cautela. Disponibilizar cadeirinhas que respeitem os critérios de segurança seria uma forma de evitar acidentes. Alguns locais têm carrinhos diferentes, no formato de automóvel: enquanto seu filho brinca de dirigir embaixo, as compras podem ser colocadas no compartimento apropriado, acima. Nesse caso, a proximidade da criança em relação ao chão minimiza o risco de ela se machucar. Por outro lado, isso faz com que fique mais próxima aos produtos das gôndolas, o que aguça a curiosidade e a vontade de pegar alguns deles.

Outra medida que ajudaria quem precisa fazer compras com os filhos, sem a ajuda de outro adulto, é reservar um espaço de recreação – como já existe em determinados restaurantes. Os pais deixam as crianças na entrada, fazem as compras tranquilamente e, na saída, voltam para buscá-las.

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