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OIT alerta que 168 milhões de crianças realizam trabalho infantil no mundo

Roberta Manreza Publicado em 12/06/2015, às 00h00

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12 de junho de 2015


Segundo agência da ONU, política coerente é fundamental para enfrentar a questão e a falta de empregos decentes para jovens; Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil é nesta sexta-feira, 12 de junho.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York

Trabalho infantil no Mianmar. Foto: OIT/Marcel Crozet

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, afirmou que 168 milhões de crianças realizam trabalho infantil, das quais 120 milhões tem idades entre 5 e 14 anos e cerca de 5 milhões têm condições análogas à escravidão.

Segundo a agência da ONU, cerca de 75 milhões de jovens, entre 15 e 24 anos estão desempregados. Além disso, entre 20% e 30% das crianças em países de baixa renda abandonam a escola e entram no mercado de trabalho até os 15 anos.

Relatório

Os dados estão no novo Relatório Mundial sobre Trabalho Infantil 2015 da OIT, preparado para o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. A data é celebrada nesta sexta-feira, 12 de junho.

O documento mostra que jovens que tenham sido sobrecarregados pelo trabalho quando eram crianças são mais propensos a se contentar com empregos familiares não remunerados e estar em empregos com baixos salários.

De acordo com dados de 2011, no Brasil, 1,7% dos jovens entre 15 e 24 anos que estão empregados, realizam trabalhos familiares não remunerados. Entre ex-trabalhores infantis, a porcentagem sobe para 8,8%.

O relatório diz ainda que no geral, 14,4% dos adolescentes brasileiros entre 15 e 17 anos estão em trabalhos perigosos. Mas se considerados apenas os jovens dessas idades que estão empregados, a porcentagem sobe para quase 60%, a maioria nos setores de agricultura e da indústria.

Outro dado importante mostra que quase 90% dos jovens que pararam de estudar aos 18 anos conseguiram um primeiro emprego estável, esse índice cai para pouco mais de 70% quando os jovens deixam a escola aos 15 anos.

Abordagem Coerente

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou que o documento mostra a “necessidade de uma abordagem política coerente” que enfrente o trabalho infantil e ao mesmo tempo a falta de empregos decentes para jovens.

Ryder disse ainda que manter as crianças na escola recebendo uma boa educação até, pelo menos, a idade mínima para emprego pode determinar como será a vida desse menor no futuro.

Duplo Desafio

O documento aborda o duplo desafio de eliminar o trabalho infantil e garantir emprego decente para jovens. Baseado em estudo feito em 12 países, o relatório examina futuras carreiras de ex-trabalhadores infantis e pessoas que deixaram a escola precocemente.

Segundo o documento, pessoas que abandonam a escola de forma precoce são menos propensas a garantir empregos estáveis e têm maior risco de ficar fora do mercado de trabalho.

O relatórioo também revela que grande proporção dos jovens entre 15 e 17 anos em muitos países estão em empregos que foram classificados como perigosos.

Recomendações

A OIT recomenda intervenções precoces para tirar crianças do trabalho infantil e colocá-las na escola assim como medidas para facilitar a transição da escola para oportunidades de empregos decentes para os jovens.

Segundo a agência, atenção particular deve ser dada aos 47,5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos em empregos perigosos e à situação vulnerável de meninas e jovens mulheres.

Para marcar o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, nesta sexta-feira, centenas de eventos foram agendados em 55 países. O tema da data este ano é “Não ao Trabalho Infantil, Sim à Educação de Qualidade”.

Em Genebra, um painel de discussão na Conferência Internacional do Trabalho vai buscar à elaboração de uma nova campanha para a ratificação do Protocolo da OIT sobre Trabalho Forçado.

Mudança Climtática

Falando em um evento durante a Conferência Internacional do Trabalho, o chefe da OIT afirmou que até 60 milhões de postos de trabalho podem ser criados em uma economia mais verde e de baixo carbono, se as políticas certas forem adotadas.

Guy Ryder afirmou que a “falta de ação sobre mudança climática agora custará a todos no futuro”.

Ele destacou tanto os desafios e oportunidades apresentados por uma transição para economias mais verdes.

*Apresentação: Edgard Júnior.




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